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Avó Rita de Cassia Silva e Vitor Henrique de Souza Novaes no salão de cabeleireiro da vó durante a visita da reportagem da Folha. (Foto: Abner Amiel).
Abner Amiel/Folha São Carlos e Região
Por A Folha de Sao Carlos e Região
Garoto simpático e oriundo de família humilde, o são-carlense e atleta Vitor Henrique de Souza Novaes de 13 anos agora é jogador do poderoso Flamengo do Rio de Janeiro. A partir do dia 8 de março ele vai se apresentar uniformizado de Rubro Negro para buscar protagonismo na divisão de base do clube carioca e realizar o sonho de se tornar jogador de futebol.
“Estou muito ansioso, não vejo a hora de me apresentar no Flamengo e jogar futebol”, disse Vitor, que joga de meia-atacante, à reportagem do jornalFolha São Carlos e Região.
O adolescente recebeu o resultado dos árduos e cansativos testes de três meses do time carioca – de maio a novembro- em uma sexta-feira , no dia 24 de novembro. Como jogadores menores de 14 anos não podem morar no alojamento, Vitor vai morar sozinho até maio e depois vai mudar para o Centro de Treinamento (CT) do Flamengo. Além disso, ele vai ganhar uma ajuda de custo.
Vitor disse que a peneira é muito difícil e concorrida. No primeiro teste concorreu com cinco garotos e somente ele passou. Na segunda vez deixou mais dois para trás e na última etapa se destacou entre dois atletas. Após receber o resultado, o treinador da base tomou uma atitude inesperada.
“Estava acreditando no meu potencial, porque estava dando o meu máximo. No último dia o professor me chamou e veio com um papel e fiquei feliz porque ele falou que eu tinha sido aprovado e eu poderia me apresentar no ano que vem. Aí, ele mandou todo mundo bater palmas para mim”, disse Vitor. Um amigo de Ibaté conseguiu uma vaga no Fluminense.
Carreira
Vitor joga futebol desde 5 anos. Começou a jogar nessa idade na escolinha do Bontenesco, depois passou pelo Paulistinha, Mult Esport e Sindicato dos Metalúrgicos. Chegou ainda a atuar fora da cidade, com passagens pelo Novo Horizontino, Catanduvense e Inter de Limeira.
Em março deste ano, atleta faltou de um jogo da Inter da Limeira e jogou uma partida pela Mult Sport no Campeonato Municipal sub-13. O secretário de Esporte e Lazer, Edson Ferraz, se encantou com o futebol do menino e foi quem articulou o teste no Flamengo.
“É muito difícil conquistar uma vaga em um time da grandeza do Flamengo, porque futebol é uma loteria. Esses times de elite costumam ter na base 20 jogadores no elenco e para contratar um tem que dispensar outro. Eu indiquei o Vitor porque percebi que o futebol dele é diferente e tem nível de garotos de times grandes”, declarou Edson.
Família. Vitor mora com o avô Luis Carlos, que é pedreiro, e a avó Rita de Cassia Silva, cabeleireira. A avó confidenciou que o avô está à frente da carreira e sempre presente nas viagens do garoto. Ela disse que a família nunca mediu esforço para que o neto se tornasse um jogador de futebol.
“Eu não queria saber, se ele tinha que viajar precisava de alguma coisa, eu cortava um cabelo, corria e investia nele. Foi muita luta, eu e meu esposo se esforçando de um lado e ele dando o melhor dele no campo. Muita gente não acreditava, mas sempre sonhei grande e ele se concretizou na vida do meu neto”, ressaltou.
“Eu agradeço muito ao Fábio Picolo, presidente da Associação Multi Sport, pelo suporte financeiro ao meu neto e pelo Edson Ferraz ter articulado esse teste no Flamengo”, acrescentou.
Vitor contou que quer retribuir cada esforços dos avós e a confiança de cada pessoa que ajudou, sobretudo financeiramente a sua carreira. “Desde os cinco anos de idade, quando meu vô deu a chuterinha sabia que queria ser jogador. Eu quero ser jogador de futebol, ajudar minha família e dar muito orgulho para todo mundo que pôde me ajudar”.