Do Jornal Primeira Página, Fabio Taconelli

Fechada desde 23 de janeiro de 2017, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santa Felícia foi descredenciada pelo Ministério da Saúde. A informação foi confirmada pelo secretário Marcos Palermo. O argumento é a falta de produtividade da unidade. “Nós ligamos no Ministério da Saúde e informamos que não medimos esforços para reabri-la”, comentou o secretário de Saúde, Marcos Palermo.

Ele confirmou que a administração trabalha nesse momento para credenciá-la novamente no Ministério. Além disso, o município terá de devolver R$ 2 milhões, caso mantida a decisão. “A UPA do Santa Felícia recebe algo em torno de R$ 100 mil mensais por mês, mas o custo de uma unidade é bem maior, gira em torno de R$ 1 milhão por mês”, explicou Marcos Palermo.

Em maio desse ano, em audiência pública na Câmara, a diretora de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde, Izaulina Jacomazzi, já alertava sobre uma situação que despertava preocupação da atual administração. De fevereiro a dezembro de 2017, a Prefeitura recebeu R$ 100 mil mensais para a UPA Santa Felícia e R$ 170 mil para a UPA Vila Prado e a Controladoria Geral da União (CGU), na ocasião, estava na cidade, em auditoria.

“Nós provamos que o dinheiro foi empregado na saúde, mas há uma possibilidade de devolução dos recursos, com as devidas correções. Desde janeiro, esses recursos estão incluídos num programa de Média e Alta Complexidade (MAC)”, explicou. Izaulina Jacomazzi afirmou que, anualmente, as UPAs recebem R$ 3,240 milhões, entretanto o custo é de R$ 13,7 milhões”, falou, naquela audiência.

Foco

Segundo Marcos Palermo, a secretaria de Saúde está focada na reabertura da UPA do Santa Felícia. Na última quinta-feira, inclusive, a Prefeitura de São Carlos divulgou um release em que apresentava os resultados do Grupo de Trabalho que faz um diagnóstico sobre a quantidade de funcionários na saúde.

Segundo o informe da Prefeitura, a Comissão está trabalhando desde o início de agosto e as reuniões acontecem duas vezes por semana.

“Nossa primeira ação foi fazer um levantamento do número de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e assistentes administrativos das Unidades de Pronto Atendimento e SAMU. Fizemos um estudo comparativo entre janeiro de 2017 e julho de 2018. Detectamos que antes do fechamento das UPAS do Cidade Aracy e Santa Felícia, haviam 194 servidores trabalhando nessas unidades. Hoje, são 221 funcionários no quadro de Urgência e Emergência”, apontou a secretária Helena.

Segundo a secretária, diante dos números, não há dificuldades para a reabertura da UPA do Santa Felícia em relação ao quadro de servidores.

“A reabertura da UPA do Santa Felícia não é uma decisão do grupo de trabalho e sim do secretário de Saúde que é o gestor da Saúde no município. Pelos números não deve haver dificuldades para a reabertura da UPA. Pode ser que haja algum outro motivo, mas não é pela falta de servidores. Na reunião de quinta-feira, 9, o grupo de trabalho aprovou a contratação de 5 assistentes administrativos e 2 auxiliares de enfermagem. Com isso, acreditamos que seja possível o atendimento nas 3 unidades,” disse a secretária de Administração e Gestão de Pessoal.

Para o secretário de Saúde, Marcos Palermo, tudo caminha para a abertura da unidade do Santa Felícia. “Nós verificamos que temos o número de funcionários bem próximo ao adequado para a reabertura da unidade do Santa Felícia. Existe uma reposição que será feita pela Secretaria de Administração e isso possibilitará a abertura da unidade conforme foi prometido. Essa reorganização do quadro funcional dos servidores da saúde se faz necessária para que se identifique a necessidade de contratação ou não de funcionário e a reorganização dos mesmos”, explicou

Palermo.

As novas contratações de assistente administrativo e auxiliar de enfermagem serão feitas no Diário Oficial da próxima terça-feira (14). O Diário

Oficial de quinta-feira, 9, publicou a contratação de 20 médicos de urgência e emergência. As reuniões do Grupo de Trabalho continuam.