Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Tocando agora: Carregando...

Tabitha quebra tabu e realiza sonho de trabalhar em obras

Compartilhe:
sao_carlos_790x444_05032020104900

Enquanto trabalha como pintora e pedreira, a são-carlense planeja ter a própria empresa de construção civil

 

 ACidadeON/São Carlos

 

O dia Internacional da Mulher é celebrado no próximo domingo, 8 de março, e para comemorar a datar o Portal ACidade ON traz histórias de mulheres que venceram barreiras e preconceitos na cidade. Hoje vamos conhecer um pouco da trajetória da Tabitha Tizíana Unplês Toni. Ela tem 40 anos idade, é mãe, mora no bairro Santa Felícia e trabalha em uma área ainda predominantemente masculina: a construção civil.

Há quase 10 anos a são-carlense resolveu seguir um de seus sonhos e se arriscar nas obras. Tabitha se inscreveu para um curso de construção civil destinado a mulheres e ofertado pela Prefeitura Municipal. Cerca de 200 alunas começaram o curso, mas poucas concluíram.

“O curso Mulheres Construindo Autonomia começou em 2012, eram quase 200 mulheres, mas no final foram apenas 6 ou 7 que terminaram, por vários motivos. Algumas mudaram de cidade, arrumaram outro emprego, coisas assim”, contou.

 

sao_carlos_790x444_05032020104900

Tabitha tem 40 anos e trabalha como construtora civil – Foto: arquivo pessoal

 

Tabitha conta que chegou a trabalhar na construção como ajudante de pedreiro na área de revestimento, colocação de janelas, no setor hidráulico da obra e também na pintura. Ela já trabalhou em grupos formados apenas por mulheres, mas acha que ainda falta a presença do sexo feminino no setor.

“Eu acho que as mulheres poderiam ter mais oportunidades, conhecimentos, porque não? No meu ponto de vista, nós mulheres temos muito mais elogios, não que os homens não tenham, mas damos uma pincelada em algo a mais. O serviço pode ser um pouco mais bem feito, a gente prioriza a limpeza, temos um ponto de vista da credibilidade da pessoa que quer o nosso serviço, quando pergunta se é mulher ou não”, acrescenta.

Um dos fatores que Tabitha destaca como diferencial nas mulheres, além do cuidado redobrado, é a curiosidade. Principalmente pelo fato da construção civil ainda ser uma área pouco explorada. “Nós [mulheres] somos curiosas, a gente quer ter oportunidades”, acrescenta.

Além disso, há bastante demanda para as mulheres do ramo. Existem pessoas que dão preferência para pedreiras e pintoras em suas residências. Uma amiga de Tabitha contratou o serviço de pintura dela exatamente por preferir mulheres trabalhando em seu apartamento. O que dificultou o trabalho foi o fato de estar sozinha.

 

sao_carlos_790x444_05032020105005

Tabitha tem o sonho de abrir a própria empresa no ramo – Foto: arquivo pessoal

 

“Quando eu cheguei lá eu achei que não daria conta, foi muito cansativo, pesado, mas eu dei conta sim, realmente. Pintei os dormitórios e o teto do banheiro em dois dias, sendo que tinha que arrumar algumas imperfeições também.”

Contudo, não é apenas a falta de mão de obra feminina que gera dificuldades. O preconceito ainda é forte. Homens tendem a receber salários maiores em serviços na construção civil.

De fato, um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres ganham menos do que os homens. Ainda que haja queda na desigualdade, elas ganham, em média, 20,5% a menos.

“Eu acho que tem preconceito sim, uma das situações que me ocorreu foi recente. Em um serviço de pintura, onde se eu pegasse para pintar a casa por dentro e por fora o dono me pagaria 150 reais o dia trabalhado. Outra pessoa, um homem, pegou o serviço por um preço quase três vezes maior do que me ofereceram. Por que para a mulher pagaria menos e para o homem, além de ter dois ajudantes, ele ofereceu um valor quase 3 vezes maior?”. Questionou Tabitha.

 

mulheres_a_790x444_05032020105248

Mulheres à obras – Foto: arquivo pessoal/Tabitha

 

Apesar disso, a são-carlense sabe seu valor e não aceita barganha por puro machismo, até porque treina diariamente para aperfeiçoar suas habilidades. Ela conta que pratica as técnicas aprendidas durante o curso em sua própria casa, efetuando pequenas reformas no local. Enquanto a demanda por serviços não atinge o esperado, Tabitha também faz bolos e realiza trabalho voluntário, além de cuidar da filha e da casa.

Quando perguntada sobre qual seria o seu sonho, ela é categórica: “tenho o sonho de ter minha própria empresa na área da construção. Enquanto isso, me dedico aos serviços na área da construção em casa mesmo, já coloquei revestimento no banheiro, agora quero dar uma pincelada no quintal, mudar algumas coisas, ter conhecimento em casa mesmo”.

Assim como Tabitha, muitas mulheres estão em busca de oportunidades, não importa o ramo. Cada dia que passa, um novo tabu é quebrado, como deve ser. Falar em “sexo frágil” é falar em preconceito e passado.

 

Fonte original da notícia: https://www.acidadeon.com/saocarlos/cotidiano/cidades/NOT,0,0,1490199,tabitha+quebra+tabu+e+realiza+sonho+de+trabalhar+em+obras.aspx?fbclid=IwAR0iD2NpdTiyn4QQrOC8NUOG5OGGwK-3V6ofuTFtQ_tKhWMPRnYS-MWmaNY

 

Deixe seu comentário: