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Uma menina de um ano e sete meses sofreu queimaduras de segundo grau nos pés dentro de uma escola particular em São Carlos. O caso, que aconteceu na tarde de quarta-feira (30), no Jardim Macarengo, será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) como maus-tratos. De acordo com a mãe da criança, Daniele Hernandes, a filha teve os pés enfaixados e vai ficar 15 dias sem poder pisar no chão. Em nota, a escola afirmou que uma sindicância será aberta para apurar o caso.
A menina, que estuda no local há seis meses, ainda segundo a mãe, foi deixada na escola por volta das 10 horas da manhã. Ela estava de sapatilha e funcionários da escola teriam retirado o calçado porque fazia muito calor no dia.
Os pais da criança só ficaram sabendo o que havia acontecido quando foram até a escola na hora da saída, por volta das 18h30 da tarde. “A minha indignação maior é essa. Provavelmente, para ter queimado esse tanto, deve ter sido umas três da tarde. Eles não ligaram, esperaram a gente ir buscar. Estava a professora com ela no colo e a diretora. Ela [diretora] disse assim: olha pai, apareceram essas bolhas no pé da criança e nós não sabemos de onde foi. Ela não chorou, nós vimos nada de anormal e a gente não sabe o que aconteceu”, disse Hernandes.
Ainda segundo a mãe, a filha estava um pouco sonolenta e a bolha de um dos pés estava estourada. Em seguida, os pais a levaram para o hospital, onde foi constatado as queimaduras de segundo grau nos pés por uma pediatra, que afirmou aos pais que a menina deve ter pisado em algum local muito quente.
Inconformada com a situação, Daniele ligou para a diretora da escola e a questionou sobre o que havia acontecido. No entanto, novamente a diretora respondeu que não sabia como a criança havia queimado os pés. “No dia seguinte [quinta-feira], ela [diretora] me ligou falando que apareceu na câmera que a minha filha pisou mesmo em uma parte de concreto. Só que ela disse para mim que a criança deu uma pisadinha e, logo em seguida, a professora já pegou. Então houve uma contradição. Porque se no primeiro dia você não soube o que aconteceu, como é que a tia pegou correndo a criança para ela não se queimar mais. Então a tia viu que ela tinha pisado no quente”, afirmou a mãe.
“A minha revolta é porque, se isso aconteceu três da tarde, a menina ficou até seis e meia sem socorro. Eu podia ter levado antes no hospital. Talvez essa bolha não teria estourado e não tivesse chegado onde chegou. Foi uma omissão de socorro”, complementou.
Polícia e processo contra a escola
A menina está recebendo tratamento de um cirurgião plástico especializado em queimaduras e recebeu um curativo especial para regeneração do tecido do pé. Segundo a mãe, a criança chora muito na hora de trocar os curativos, mas está se recuperando aos poucos.
Por conta do incidente, Daniele explicou que, além de registrar uma denúncia na polícia, vai processar a escola. “Vamos ter vários prejuízos com custos médicos, eu vou me ausentar do trabalho, onde sou comissionada, então, se eu não trabalho, não tenho salário. Então vai gerar uma sucessão de custos para a gente. Isso não é o mais importante, mas eu vou querer reaver”, explicou.
“Além de ser uma fatalidade muito grande, tem que ser um alerta. O calor está muito forte e as mães precisam ficar atentas. Acho é uma maneira de a gente ajudar também. Eu vou até as últimas consequências, eu quero ver essa escola fechada. Eu não quero que outra mãe e outra criança passem pelo o que eu estou passando”, finalizou a mãe.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a escola afirmou que “possui sistema de câmera que abrange todas as dependências do prédio. Inclusive com sistema de monitoramento pelos pais através de aplicativo no celular. Estão sendo revistas as imagens, pela diretoria da escola, para verificação do ocorrido, desde a entrada da criança na escola até sua entrega ao pai. Inclusive será aberta sindicância para apuração do ocorrido relatado pela mãe com eventual punição dos responsáveis pela vigilância da criança, se realmente o fato ocorreu dentro da escola. O que podemos dizer até o momento que nenhuma imagem foi encontrada que comprovasse o momento exato do fato ou descuido à criança por alguma funcionária. A escola está dando toda assistência aos pais e à criança e se colocando à disposição para qualquer esclarecimento”.
Fonte original da notícia: https://www.acidadeon.com/saocarlos/cotidiano/policia/NOT,0,0,1402155,Menina+de+1+ano+sofre+queimaduras+nos+pes+ao+ficar+descalca+em+escola.aspx?fbclid=IwAR2OkIlcUIdibhOHKLCDIvroIxnubvLMBdjZDiADn6b64w0rL2lWwlQhJXo