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Mães sofrem com falta de medicamentos de alto custo em São Carlos

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A saúde em São Carlos continua a causar polêmica e crianças com necessidades especiais é quem tem pago o alto preço para ter qualidade de vida. Várias mães procuraram o São Carlos Agora na segunda-feira, 4, e terça-feira, 5, para denunciar a falta de medicamentos de alto custo. Uma delas chegou a relatar que chegou a receber uma cota com data de validade vencida.

 

A reportagem do SCA foi até a residência da dona de casa Cássia Regina de Camargo Pau, 51 anos, avó de Wagner, 11 anos, que tem paralisia cerebral e Alícia, 11 anos, autista.

A família reside na rua Fioravante Terrugi, no São Carlos I. De origem humilde, busca auxílio mensal na Farmácia de Auto Custo e no Auto Custo Judicial. Entretanto, tem sofrido com frequência por um motivo: a falta de medicamentos.

Wagner e Alícia tomam diversos medicamentos como Viverdol, Cloridrato de Netfarmina, Peridol, Topiramato Levoid, Adeforte, Valproato de Sódio, entre outros. “É que tem remédios fortes e as vezes se vê obrigado a tomar um para combater o efeito colateral de outro”, explicou a avó. “Se fôssemos comprar, gastaríamos R$ 6 mil em média”, disse. “Mas não temos condições”, disse, salientando que busca ajuda do Poder Público.

Entretanto, desde de novembro vários medicamentos tem faltado e a explicação que ouvem é que foi feito empenho para a compra e aguardam a chegada.

“Mas minhas crianças não podem ficar sem o remédio, pois são de uso contínuo e o Wagner corre risco de morte se não tomar. A Alícia tem convulsões”, disse a avó. “Mas teve vez que não tínhamos o medicamento em casa e tivemos que nos desdobrar. Deixamos de pagar conta para comprar. Não posso ficar sem meus netos”, disse.

 

Hoje há um grupo de WhatsApp onde há 38 mães que tentam se unir para tentar amenizar os problemas que enfrentam com regularidade. “É uma união em torno das crianças. Procuramos ajudar na medida do possível. Se uma família tem um determinado medicamento, repassa. A gente divide os medicamentos ajudar”, afirmou Cássia.

No grupo há famílias com crianças com hidrocefalia, paralisia cerebral, autismo e que necessitam de equipamentos especiais.

“Tem o caso do garotinho Benício, de 2 anos, cuja família mora em Santa Eudóxia. Ele respira através de aparelhos e como seus pais são humildes, adaptaram a bateria de um Fusca no equipamento para que ele sobreviva. A família buscou ajuda no município, mas tem um jogo de empurra-empurra e ninguém ajuda”, lamentou Cássia, afirmando que o grupo planeja uma ação social para arrecadar recursos para que Benício possa ter qualidade de vida.

AJUDA ARARAQUARENSE

Enquanto o Poder Público não regulariza o fornecimento de medicamentos de auto custo, as mães postaram em uma página no Facebook o drama e a luz veio da vizinha cidade de Araraquara.

Mães que possuem filhos com necessidades especiais viram o apelo e se solidarizaram. Entre si arrecadaram diversos medicamentos e entraram em contato com as mães são-carlenses para uma generosa doação.

“Foi uma atitude que nos emocionou. Não temos palavras para agradecer”, comentou Cássia.

MEDICAMENTO VENCIDO

Um caso grave foi denunciado por Adriana Varandas, de 43 anos. Mãe de Davi, 5 anos, que não possui imunidade e necessita de polivitamínicos diários, reside na Avenida Júlio Francisco, no Planalto Verde.

Segundo ela, uma farmácia alto custo forneceu medicamento com data de validade vencida.

Entrevistada pelo SCA, ela afirmou que seu marido levou uma receita no Alto Custo da Vila Nery no dia 20 de fevereiro deste ano para adquirir o Valproato de Sódio (Depakane) e retornou com duas sacolas. Em uma delas teria Esomeprazol Magnésico (antiácido) e no outro Protovit Plus (polivitamíco). Ambos não vinha há tempos, segundo Adriana.

“Achei estranho, mas deixei para lá, pois tinha uma caixa aberta e deixei a sacola fechada. Mas dias depois a vitamina que tinha em casa acabou e fui pegar. Sem querer, peguei o vidro de ponta-cabeça. Foi quando vi que a validade vencia em fevereiro de 2018. Fiquei espantada e falei com o Marcos Palermo (secretário de Saúde) e ele mandou trocar”, afirmou a dona de casa.

Adriana afirmou que foi na farmácia Auto Custo localizada na rua Santa Cruz e falou com uma funcionária chamada Valéria e a troca seria efetuada. Paralelamente a servidora falou com um outro funcionário chamado Vítor, responsável pela outra unidade do Auto Custo).

“Essa Valéria pediu para deixar o remédio que ele seria trocado. Mas minutos depois esse Vítor disse que não era para trocar, pois o lote que estava prescrito eu teria assinado e que teria pego em outubro. Mas ele foi entregue somente em 20 de fevereiro deste ano. Mas se eu tivesse pego em outubro de 2018, esta vitamina venceu em fevereiro de 2018”, ponderou Adriana. “O moço (Vítor) disse que não iria entregar pois deu a entender que eu estaria agindo de má-fé. Mas eu pergunto: como eu iria deixar 16 vidros de vitamina vencer e não dar para meu filho que necessita dela para viver?”, indagou Adriana. “Fiz um vídeo e postei no grupo das mães do WhatsApp”, afirmou, adiantando que a medicação ainda não teria sido trocada.

Indignada, a mãe do pequeno Davi afirmou que as vitaminas com data de validade vencida serão entregues para um advogado.

OUTRO LADO

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, a Secretaria de Saúde informa que os medicamentos de alto custo são repassados pelo Governo do Estado, via Diretoria Regional de Saúde (DRS III – Araraquara) e que realmente alguns remédios estão em falta, porém para resolver essa situação de descontinuidade na entrega dos medicamentos, o secretário de Saúde de São Carlos, Marcos Palermo, já solicitou audiência com o novo secretário de Estado de Saúde. O Ministério Público também já está do problema.

 

Do Portal SCA

06 MAR 2019 – 14h24Por MARCOS ESCRIVANI

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