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Qualquer pessoa que trabalha em uma empresa pode ser demitida a qualquer hora por um motivo ou outro. Isso é natural no cotidiano, apesar de muitas vezes quando isso acontece deixa qualquer um abalado.
Isso ocorreu com a Equipe do Ambulatório da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos na semana passada. O Provedor da Santa Casa Dr. Antonio Valério Morillas Junior rescindiu o contrato dessa equipe de alto padrão liderada pelo Dr. Celso Davi Lopes que atuava em São Carlos realizando cirurgias de catarata, pterígio, retina, tratamento de glaucoma e até mesmo cirurgias plásticas com a médica Iracema Moribe referência nessa área desde 2012. O ambulatório estava completamente jogado as moscas e em pouco tempo médicos e funcionários colocaram o local em ordem com aparelhos de última geração e nomes da área médica de renome nacional.
Infelizmente perde a cidade com a saída dessa equipe , mas o contrato permitia isso seja por uma ou outra parte. E segundo a cláusula pode vigorar ainda por 90 dias. O questionamento que se faz é com relação aos motivos para tal atitude. O Provedor que está há muito tempo na frente da mesa provedora da Santa Casa, uma instituição centenária cometeu um erro pelo cargo que ocupa. Deveria ter feito esse comunicado pessoalmente através de uma reunião com a equipe do ambulatório. Mas preferiu fazer isso por uma carta registrada o que não condiz com a posição que ocupa.
Em uma entrevista em uma emissora da cidade no dia 23 de julho ao lado do Diretor Superintendente Daniel Bonini , o Provedor Morillas teceu elogios à equipe do Dr. Celso Lopes. Afirmou que não houve qualquer irregularidade durante o período de 6 anos que o serviço começou a ser prestado com mais de 7 mil pessoas beneficiadas que retomaram sua visão ou ainda estavam em tratamento. O Provedor esclareceu também uma polêmica gerada por um vereador que o ambulatório recebia indicações políticas de parlamentares para realizarem as cirurgias aqui, fora da micro região que engloba várias cidades. “ esse assunto foi uma solicitação recebida pela Santa Casa feita pelo Deputado Federal Sinal Malheiros para operar 20 idosos de um asilo Anjos de Deus localizado em Catanduva; foi uma cortesia nossa pelos relevantes serviços que o Deputado já fez pela Santa Casa e ainda não pagamos a equipe do Dr. Celso e isso não passou pela secretaria de saúde e sim foi um custo arcado pela instituição que vai pagar a equipe do Dr. Celso; explicou o Provedor.
Ao encerrar essa entrevista o Provedor não justificou a saída da equipe, disse apenas que não houve a concordância com relação aos valores que seriam pagos pela Secretaria de Saúde. Isso não é verdade, pois o Secretário Marcos Palermo que está há pouco tempo no cargo solicitou a supervisora do ambulatório Chrislaine Barbosa a listagem das pessoas que seriam operadas em julho, o que infelizmente não ocorreu. Entre essas pessoas está o Sr. José Fonseca dos Santos que fez a cirurgia de um olho e estava dentro dessa listagem; “ fiquei indignado com essa decisão arbitrária tomada pela Santa Casa porque eu estava em tratamento no ambulatório com as enfermeiras, recebendo orientações e colírios e como vai ficar isso agora, sendo que a saúde está uma vergonha nessa cidade”; falou o Sr. José. Outra paciente que aguardava esperançosa pela cirurgia em julho é a senhora Andréa Lopes. O filho Pablo Teixeira Peixoto está muito revoltado com tudo isso pois a mãe está ficando quase cega e segundo ele só acreditava na cirurgia com a equipe do Dr. Celso pela confiança que os acompanhamentos feito pelas funcionárias do ambulatório. Uma terceira paciente Hilda Lopes Gomes já fez cirurgia de catarata e estava fazendo tratamento de glaucoma que pode causar a cegueira, pois os colírios também não estão sendo entregues. A mais revoltada é Cristina Jandelli que lutou no ano passado indo na Câmara Municipal quando surgiu a possibilidade do fechamento do ambulatório e as pessoas iriam ser operadas em Araraquara com viagens, desconforto e o custo ficaria mais alto.
Portanto houve uma precipitação do Provedor da Santa Casa ao rescindir um contrato, sendo que ainda faltam acertar detalhes financeiros com a equipe do ambulatório e apresentar uma justificativa infundada porque o trabalho da equipe iria continuar dentro dos padrões impostas pela Secretaria de Saúde que já havia solicitado uma listagem de pacientes que ficaram na mão, pois esse mês não haverá mutirão e fica no ar a pergunta de quem irá assumir esse serviço com a mesma capacidade, empenho e lisura de toda essa equipe. Mais uma vez a população de São Carlos perde um serviço de alto nível que pode ser comprovado por muitas pessoas durante esses seis anos.
Na gestão anterior com todos os problemas que podem ter havido, uma coisa deve ser lembrada. Que houve uma verba federal de hum milhão e quatrocentos mil ajuizada na Vara da Fazenda Municipal destinada para as cirurgias eletivas que também incluía as cirurgias de catarata e pelo mesmo isso foi cumprido a risca. Hoje a Secretaria de Saúde também recebe verba federal para as cirurgias, porém o mutirão de julho não pode ser feito porque o orçamento está comprometido, em uma cidade de mais de 200 mil habitantes com um orçamento de quase 7 milhões de reais.
Por Paulo Cabral
Do Portal SCDN.com.br
30/07/2018