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DIRETOR DIZ QUE SUZANTUR EMPREGA 460 PESSOAS E SOFRE MASSACRE INJUSTO

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Claudinei Brogliato afirmou que empresa quer deixar a cidade de maneira correta

Por Saocarlosemrede.com.br

08/01/2017

 

Está confirmado! A Suzantur parará de realizar o transporte coletivo em São Carlos no fim do dia 26 de janeiro. Durante entrevista coletiva concedida à imprensa na manhã desta segunda, 8, o diretor da empresa, Claudinei Brogliato, confirmou que a Suzantur não fará mais o transporte em São Carlos e fez duras críticas ao governo do prefeito Airton Garcia (PSB). “A empresa irá embora no dia 26 de janeiro, ela não irá continuar, não vamos obedecer o decreto da Prefeitura que é um absurdo, pois não temos condições financeiras para suportar essa situação”, revelou.

Brogliato também confirmou que a Suzantur pretende indenizar os 460 funcionários que atuam pela empresa na cidade e que o sistema de transporte em São Carlos da forma que em se encontra hoje é antigo e ineficiente. Ele também questionou a demora da Prefeitura em publicar a licitação definitiva para que se realize a concorrência para que uma concessionária seja escolhida como a transportadora oficial em São Carlos e disse novamente que a Suzantur teria o direito de receber R$ 9 milhões que são referentes ao subsídio que hoje não é pago pela Prefeitura.

Galho

Segundo o diretor da Suzantur quando a empresa veio para São Carlos em 2016 atuar em caráter emergencial era para durar seis meses. “Foi explicado à época que em seis meses a Prefeitura faria a licitação definitiva, por isso a empresa veio para São Carlos, viemos com a previsão de uma licitação que nortearia as regras do transporte, mas em dezembro de 2016 houve a licitação que foi impugnada, não me lembro por qual motivo, e em 2017 assumiu a nova administração”, disse.

A direção da empresa alega que em janeiro deste ano procurou para a Prefeitura para saber qual a posição da administração diante do vencimento do emergencial assinado em 2016. Hoje, segundo Brogliato, não existia a possibilidade  de um novo emergencial, por força de lei. “Em março se lançou uma licitação emergencial, participamos porque já estávamos aqui, mas um dia depois ela foi cancelada, uma empresa aqui da cidade enviou uma carta dizendo que não havia sido convidada, e houve o cancelamento”, lembrou.

Brogliato confirmou que Suzantur tempo que está sem São Carlos tocou o transporte de maneira precária e não investiu no sistema adequadamente. “Viemos aqui, para usar uma figura de linguagem, quebra um galho para que a cidade se organizasse e fizesse a licitação, mas estamos aqui há um ano e meio com os mesmos veículos de quando chegamos em caráter provisório, não investi nada, porque não tenho condições, estou sem contrato, não recebo pelos passageiros que transporto gratuitamente, trabalho nesse tempo todo com a mesma tarifa de R$ 3,50”, recordou.

Cresceu

O executivo informou que os custos da empresa aumentaram consideravelmente. Somente o óleo diesel que move os ônibus subiu 10% e os salários mais 5%. “A empresa está insolvente e não tem condições de continuar, porque não tem dinheiro, não paguei os funcionários na sexta porque não havia como, estou emprestando um dinheiro no banco para fazer a folha de pagamento dos funcionários, não tenho condições de continuar, quero esclarecer que a empresa para dia 26, não por minha vontade, mas há mais como continuar”, observou.

A Suzantur não deve cumprir o novo decreto da Prefeitura que pede que ela continue a realizar o transporte público por mais 90 dias. “Vou ficar 90, mais 90, mais 90? Como é que faz? Quem é que vai pagar essa conta? Esse prejuízo que a empresa toma? Afinal o que ela fatura agora não paga seu custeio, o sistema de transporte em São Carlos precisa ser reformulado, ele é muito antigo, está aí desde 2004”, ponderou.

De acordo com a direção da Suzantur, quando o primeiro decreto saiu em outubro, a empresa o julgou plausível. “Eu suportaria esses 90 dias por causa da população, mas esses 90 dias venceu hoje, eu poderia ter parado nesta segunda, daí no sábado soltaram um novo decreto, a empresa não quer prejudicar a população, mas estamos sendo prejudicados pelo poder público”, esclareceu.

Brogliato rechaçou a ideia de que a culpa dos problemas do transporte coletivo em São Carlos sejam da Suzantur. “Quem tem que fazer um novo sistema é o poder público, não dá para dizer que todos os problemas são culpa da Suzantur! Isso não é verdade, cadê o poder público? Ele não participa de nada? Não tenho uma carta da Prefeitura reclamando de algo, nunca recebi nada, não houve nenhum diálogo, parece que esse governo só fala no rádio”, bateu.

A Suzantur quer ir embora de São Carlos há tempos, de acordo com Brogliato. Ele diz que ela veio até o município cumprir seu papel que era de seis meses. “O município está sendo incompetente para gerir a situação e a empresa não pode ser culpada por isso”, destacou.

Uma ponderação de Brogliato foi certeira: “Com toda esta instabilidade como se faz para transportar vidas humanas? Como estão as cabeças dos 460 funcionários? Estamos sendo tão massacrados e ninguém fala dessas pessoas que estão aqui dentro. Como faremos com essa 460 pessoas que precisam levar seu sustento para a casa? Como se trabalha assim? Como esses funcionários podem prestar um bom serviço?”

A cobrança maior de Brogliato se dá em cima da Prefeitura abrir a licitação definitiva para o transporte na cidade. “Escuto dizer que existem 20 empresas interessadas, por que então não se abre a licitação? Qual o interesse em não se fazer essa licitação?”, perguntou. “Já disse em 21 de julho no Ministério Público que não participaria de nenhuma licitação, então a Suzantur não é o problema para São Carlos, se eles não gostam da gente, já deixamos claro que não vamos participar se querem dar isso (o transporte) para alguém, que deem!”

Na visão de Brogliato colocar o processo licitatório na praça é simples, ele julga como estranho os percalços encontrados para que a concorrência seja efetivada. “A quem interessa não fazer essa licitação? Certamente, não é a Suzantur! Onde querem chegar se não organizam o transporte público”, diz.

Colocar a licitação na praça, nas palavras de Brogliato, é o que a  empresa mais quer, ele diz que a Suzantur precisa indenizar os funcionários corretamente. “Do jeito que chegamos, queremos ir embora de maneira correta”, ressaltou.

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