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Celebra-se neste 12 de abril os 125 anos da reunião que daria origem à Santa Casa de Misericórdia de São Carlos, o maior hospital filantrópico da região. Uma data significativa, que comprova o valor da união de uma comunidade em torno de grandes causas. Na São Carlos do Pinhal da última década do século XIX, a palavra impossível ficava da porta para fora. Com informações do Almanach-Album de 1928, aí vai o registro com imagens do dia da inauguração do hospital.
Texto do amigo Cirilo Braga, publicado no site São Carlos em Rede
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Em 1891 realizou-se no prédio em construção do Teatro Ypiranga – antecessor do Cine São Carlos que funcionava na Praça Coronel Salles – uma grande assembleia em que lideranças locais decidiram pelo início da construção do edifício da Santa Casa de Misericórdia. O evento foi motivado pela decisão do casal Francisco Domingos de Sampaio e Ana Miquelina Ferraz de Sampaio, de doar 8 conto de réis (depositados na Casa Bancária) para dar início ao patrimônio de um futuro hospital que se chamaria São José. Francisco e Ana, abalados com a morte de seu filho José, em Jaboticabal, decidiram homenageá-lo. A iniciativa mobilizou a sociedade que organizou uma comissão para dar início ao projeto. Participaram Dr.Eugênio de Andrade Egas, o Tenente Vicente Ferreira da Silva Cabral, Dr.Procópio de Toledo Malta, Major José Inácio de Camargo Penteado, Affonso Botelho de Abreu Sampaio, Joaquim Botelho de Abreu Sampaio, Theodoro Leite de Almeida Camargo e José Rodrigues de Sampaio. De pronto, entre eles foram arrecadados 14 contos de reis. Posteriormente à assembleia concederam donativos o Coronel Paulino Carlos (dois contos e duzentos mil reia) e o Conde do Pinhal (dois contos de reis). A campanha para arrecadação de recursos – que incluiu a destinação da renda do espetáculo inaugural do Teatro Ypiranga – obteve em 1892 outros 23 contos. No ano seguinte, em 17 de julho, o caal Major Manoel Antonio de Mattos e dona Fausta Suzana de Arruda Matos, incorporadores do loteamento da Vila Pureza, passaram escritura pública de doação de uma quadra de terreno no final da rua Américo Brasiliense (atual Avenida Dr.Carlos Botelho) para que nele fosse construído o hospital. Mais tarde, novas doações aumentaram a área. A pedra fundamental foi lançada em 1º. de janeiro de 1894, com bênção do cônego Joaquim Botelho da Fonseca. A planta do conjunto de edifícios foi de autoria do engenheiro Samuel Malfatti, sendo contratado para executá-la o mestre construtor Attilio Picchi. As obras receberam apoio do governo, obtido pelo representante são-carlense no Congresso Estadual, Dr.Rodolpho Gastão Fernandes de Sá. O primeiro pavilhão ficou pronto em 1893 e foi utilizado durante epidemia de febre amarela que assolou a cidade. A inauguração oficial do hospital ocorreu em 1º. de novembro de 1899 – quando já estava constituída a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia. Seu primeiro provedor foi o advogado Raphael de Abreu Sampaio Vidal, então vereador (integrava a 3ª Intendência da República). Sampaio Vidal (1870-1941) assumiu a provedoria em 26 de setembro de 1899 e foi reeleito duas vezes. Foi também deputado estadual, secretário de Justiça e de Fazenda no governo paulista de Rodrigues Alves (1912-1916) e ministro da Fazenda no governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926). Faziam parte da primeira Mesa Administrativa da Santa Casa Dr.Serafim Vieira de Almeida (primeiro Diretor Clínico), Evaristo de Paiva Júnior, Adão Ferreira da Silva Cabral e Carlos de Carvalho.