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O HACKER E AS URNAS

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Opinião

Por Ney Vilela

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Em condições normais, ninguém se preocuparia em saber o que uma pessoa como Walter Delgatti tem a dizer (exceto, talvez, algum delegado de polícia). Mas acontece que este camarada participou de uma reunião com o ex-presidente da República, além de ter se tornado consultor do Ministério da Defesa.
Para quais serviços o hacker foi, digamos, contratado? Ao que tudo indica, para três atividades: assessorar o Ministério da Defesa, no questionamento – frente à Justiça Eleitoral – ao funcionamento das urnas eletrônicas; fraudar uma falsa urna eletrônica, para provocar o descrédito público em relação às verdadeiras; e assumir a autoria do grampeamento de uma conversa do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Cabe observar, aqui, que o hacker Delgatti declarou (ao senhor Jair Bolsonaro e à deputada Carla Zambelli) que não via possibilidade em se fraudar as urnas reais, que se são utilizadas em nosso processo eleitoral…
Asnos se roçam em asnos. Este ditado latino resume a reunião palaciana da qual Delgatti participou. Permite mensurar o caráter do ex-presidente, caso o descaminho de joias, o negacionismo climático, a criminosa oposição à vacinação contra a Covid-19, ou o conluio com milicianos não tenham sido suficientemente pedagógicos. Mostra o desprezo ao processo democrático e às leis, tanto de Bolsonaro, quanto Zambelli, Delgatti e de um coronelzinho presente à reunião.
Asnos se roçam em asnos. Este café da manhã, no Palácio da Alvorada, elucida o quanto a média e a alta oficialidade das Forças Armadas foi – docemente constrangida – corrompida pelo tenente (só após reformado, tornou-se capitão) arruaceiro que acabou chegando à presidência da República. E mostra que tipo de gente faz campanha contra as urnas eletrônicas, além de demonstrar qual é a sua real intenção.
As urnas eletrônicas chancelaram as eleições de presidentes tão díspares quanto Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff; Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Confirmou votos de Guilherme Boulos e de Carla Zambelli. Permitiu que se chegassem aos resultados das eleições poucas horas depois de encerrada a recepção dos votos. Sempre correspondeu precisamente à checagem de votos feitas pelos mais variados partidos e órgãos de imprensa.
O sistema eleitoral brasileiro – constituído por legislação, urnas eletrônicas, mesários, apoio logístico de policiais, mapas eleitorais, fiscalização partidária, checagem pela imprensa (e pelo cidadão comum), gerenciamento pela Justiça Eleitoral e transmissão de dados independentes de internet – tem elevada eficiência e segurança.
Enfim, todos aqueles que denigrem o sistema eleitoral (sempre fingindo que este sistema se resume ao funcionamento das urnas), embora não estivessem sentados à mesa de café que congregou Bolsonaro, Zambelli e Delgatti, estão – igualmente – se roçando em asnos. E, muito provavelmente, compartilham os mesmos traços de caráter e o mesmo desprezo às leis.
NEY VILELA

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