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DOIS ANOS DE PANDEMIA

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Por Ney Vilella

Doutor em História e mestre em Comunicação Social

 

 

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a infecção por vírus COVID-19, uma pandemia global. Passados dois anos, o planeta conheceu 450 milhões de casos, com o total aproximado de seis milhões de mortes.
Para enfrentar o vírus, a ciência trabalhou muito, e bem. O número de estudiosos, empenhados em criar vacinas contra o COVID-19, é muitas e muitas vezes maior do que os destacados para enfrentar quaisquer outros vírus em qualquer outro tempo.

E esse enfrentamento começou há vinte anos, quando se criou a tecnologia para combater a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS). Afinal, em 2003 ocorreu o primeiro surto global envolvendo um coronavírus, época em que a universidade de Oxford estudou o SARS-CoV-1 e só não fez vacina porque as infecções, por esse vírus, terminaram no mesmo ano.
Se a ciência trabalhou bem, o mesmo não se pode dizer do sistema econômico-social em que estamos imersos; de alguns políticos; de algumas seitas religiosas.

A injusta distribuição de riquezas faz com que poucos países possam vacinar suas respectivas populações uma dezena de vezes, enquanto outros não possuam recursos para vacinar seus cidadãos. Alguns políticos, certamente representantes de poderosos e desumanos grupos empresariais, fizeram todo o possível para impedir o isolamento social, sob a argumentação de que isso produziria danos econômicos. Tais políticos foram ainda mais longe, propondo inúteis panaceias medicamentosas com o intuito de manter linhas de montagem e shoppings em funcionamento. Esses políticos foram coadjuvados por “bispos” charlatães e por messias da ignorância.
Apesar dos contratempos, 64% dos habitantes do planeta tomaram – ao menos – uma dose de vacina; 54% estão totalmente vacinados; 18% tomaram a dose de reforço.
O Brasil, que contabiliza mais de 29 milhões de casos, com 654 mil mortes, sofreu mais danos que todos os outros países. A sórdida campanha governamental contra o isolamento social e o uso de máscaras, aliada à divulgação de medicação ineficaz, fez com que o índice de letalidade de COVID-19 fosse três vezes superior do que a média planetária.

A tragédia só não foi maior graças a três fatores: a ação do Sistema Único de Saúde (SUS), ágil no atendimento de todos os pacientes e na ação de vacinação; a disposição popular em seguir a ciência, praticando o isolamento social e acorrendo aos postos de vacinação; o trabalho, em favor da ciência, de lideranças políticas federais dissidentes e de vários governos estaduais.
O Brasil, graças ao discernimento de seu cidadão comum, alcançou expressiva cobertura vacinal (84%, da população, tomaram ao menos uma dose; 73,5% estão totalmente vacinados; e 31,8% tomaram a dose de reforço) e está vencendo o – esperemos! – último pico da pandemia. Será que os “bispos” de fancaria e os messias de fim de feira aprenderão essa lição oferecida pela história e ministrada pelos humildes de nosso povo?
É possível; mas é improvável…

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