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CARLOS LACERDA

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Por Ney Vilela

30/04/2023

 

 

Nascido em 30 de abril de 1914, Carlos Frederico Werneck de Lacerda recebeu os dois primeiros nomes como homenagem aos pensadores políticos Karl Marx e Friedrich Engels. Era filho do político, tribuno e escritor Maurício de Lacerda (1888–1959) e de Olga Caminhoá Werneck (1892–1979), sendo neto paterno de Sebastião Lacerda, ministro do Supremo Tribunal Federal e ministro dos Transportes no governo de Prudente de Morais.
Tornou-se militante comunista, seguindo os passos de seu pai, Maurício de Lacerda, e dos seus tios Paulo Lacerda e Fernando Paiva de Lacerda. Em março de 1934, leu o manifesto de lançamento oficial da Aliança Nacional Libertadora (ANL), entidade ligada ao Partido Comunista do Brasil.
Rompeu com o movimento comunista em 1939, dizendo considerar que tal doutrina “levaria a uma ditadura, pior do que as outras, porque muito mais organizada, e, portanto, muito mais difícil de derrubar”. A partir de então, mudou totalmente sua orientação política, tornando-se o grande porta-voz da ideologia conservadora no país. Lacerda foi o grande adversário de Getúlio Vargas, dos movimentos políticos trabalhista e comunista, e o principal orador – como deputado federal – da oposição, apelidada de ‘Banda de música da UDN’.
Apesar da exemplar administração no governo do antigo Estado da Guanabara, Lacerda ganhou fama de golpista, por conta da oposição virulenta contra Getúlio e da tentativa de golpe contra a posse de Juscelino Kubitschek. E, ao contrário desta fama, voltou-se contra o golpe militar de 1964, na decisão de se prorrogar o mandato do presidente Castelo Branco. Segundo Lacerda, essa prorrogação levaria o recém-instalado governo “revolucionário” a se consolidar como um regime militar permanente.
Novamente na oposição, em novembro de 1966 lançou a Frente Ampla, movimento de resistência ao Regime Militar de 1964, que seria liderada por ele e por seus antigos opositores João Goulart e Juscelino Kubitschek. Lacerda acabou cassado em dezembro de 1968 pelo regime militar e levado preso para um Regimento de Cavalaria da Polícia Militar, onde ficou na mesma cela que o seu antigo companheiro do PCB, Mário Lago, com quem não falava havia décadas.
Em seguida, voltou a trabalhar como jornalista; e, no fim da vida, dedicou-se às atividades na editora Nova Fronteira, de sua propriedade.
Carlos Lacerda era escritor e orador, brilhante e culto. E era um político de direita. Certamente se sentiria, no mínimo, constrangido, se estivesse em companhia de gente como Damares Silva, Bia Kicis, Nikolas Ferreira, Flavio Bolsonaro ou Magno Malta. O que nos leva a perguntar se o que temos, no Brasil de hoje, é um movimento de direita conservadora e liberal, ou apenas um amontoado de truculentas e selvagens viúvas de Hitler.
O legado de Carlos Lacerda (ou de Jânio Quadros, ou de Roberto Campos, ou até de um Adhemar de Barros) está acima do alcance de milicianos raivosos ou de contrabandistas desajeitados. E à espera de algum liberal mais articulado e menos chucro.

NEY VILELA

 

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