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AMAZÔNIA ABANDONADA

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Por Ney Vilela

11/10/2022

 

Quase metade do Brasil, nos últimos quatro anos, foi deixada em total abandono. O desleixo, em relação à terra e à gente da Amazônia, tem configuração aterrorizante, criminosa.
Há aproximadamente dois anos, os cidadãos de Manaus, em particular, foram vítimas de um assassínio em massa, quando lhes foram negados tubos de oxigênio para se enfrentar os casos mais graves de Covid-19. Tudo isso sob a ironia cruel do presidente da República, imitando – jocosamente – pessoas morrendo por asfixia.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) abandonou seus protegidos à própria sorte. O presidente da instituição sequer visitou uma única reserva indígena, no decorrer de sua administração. Reservas deixaram de ser demarcadas e as já existentes foram infestadas por mineradores, contrabandistas, milicianos e traficantes. Neste momento, a maior autoridade sobre os territórios dos índios amazônicos é a do PCC (Primeiro Comando da Capital).
As terras amazônicas precisam de proteção ambiental. Mas o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi exonerado por ter vínculos com contrabandistas de madeiras nobres. Não só: o Ministério do Meio Ambiente (e todo o Governo Federal) foram virtuais incentivadores de queimadas que, provavelmente, levaram o desequilíbrio ambiental e a devastação florestal a pontos de não-retorno.
A mineração predatória multiplicou-se, nos últimos quatro anos, envenenando os rios amazônicos, desmatando, provocando assoreamentos e desertificação. O contrabando de ouro brasileiro faz da Itália um dos maiores exportadores mundiais, embora praticamente não se extraia ouro do seu território.
O maior de todos os abandonos é geopolítico. Há indicadores bem palpáveis e há indicadores, digamos, imateriais.

Começamos pelos indicadores palpáveis: as rodovias amazonenses não recebem manutenção e estão se desfazendo, com destruição de pontes e perdas de centenas de quilômetros de pavimentação; o policiamento de fronteira está se rarefazendo; os sistemas de rastreamento por satélite estão ficando ultrapassados por falta de investimentos.
Entre os indicadores imateriais de abandono geopolítico, existe um especialmente inquietante: a Colômbia fez um acordo militar com a OTAN, permitindo que militares (estadunidenses) fiscalizem o território amazônico do país. Esse acordo permite ações armadas (contra traficantes, mas – objetivamente – motivadas por interesses estratégicos da OTAN), inclusive nas regiões de fronteira com o Brasil.
O presidente Gustavo Petro (que, aliás, é de “esquerda”) está empurrando os traficantes colombianos para o território brasileiro, e está alienando soberania sobre seu próprio território. E como ficará a soberania brasileira, com uma superpotência em nossa fronteira? Nosso governo federal talvez tenha subestimado esse problema, ou nem tenha tomado conhecimento do fato.
Dessa maneira, se Jair Bolsonaro for aquinhoado com novo mandato, daqui quatro anos a Amazônia brasileira talvez nem exista mais; se existir, provavelmente não será mais nossa.

NEY VILELA

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